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António Marques da Silva
António Marques da Silva nasceu em Lisboa a 23 de junho de 1931. Em 1951 terminou o Curso Geral da Escola Náutica e, quatro anos depois, o Curso de Capitão da Marinha Mercante. Entre março de 1952 e fevereiro de 1953 andou embarcado como praticante de piloto no arrastão bacalhoeiro Santo André, hoje pólo do Museu Marítimo de Ílhavo. Assumiu o cargo de Capitão em veleiros da pesca do bacalhau entre os anos de 1953 e 1973.
De 1953 a 1958, ao serviço da Parceria Geral de Pescarias, embarcou no navio Creoula como piloto e imediato, assumindo nesse mesmo ano o comando do Gazela Primeiro até 1964. Em 1959, foi nomeado pela administração dessa empresa para superintender os trabalhos de reconstrução daquele navio nos estaleiros navais de Manuel Mónica, na Gafanha da Nazaré. Desta data a 1973, continuou embarcado nos navios Argus e Creoula.
Entre janeiro de 1973 e agosto de 1987, andou embarcado em navios da companhia Econave, onde desempenhou funções de Comandante em vários navios de carga geral e porta-contentores. Em 1973, fez parte da comissão de receção dos navios Eco Tejo, Eco Sado, Eco Vouga, nos estaleiros de Frederikshaven Yard & Dry Dock - Denmark.
Em 1978, desempenhou idêntica missão, referente aos navios Eco Mondego e Eco Guadiana, nos estaleiros de Liverpool. Em 1979, nessa mesma Cidade, foi agraciado pela agência Edward Nicholson na cerimónia que deu início a uma linha regular de porta-contentores entre o Reino Unido, Portugal e a Itália.
Em 1980 foi nomeado superintendente da frota da Eco Nave e, em 1981, representante a Secretaria de Estado das Pescas na execução do projeto e supervisão das obras de recuperação e adaptação do Lugre Creoula a Navio-escola e Comandante desse navio. Nesse mesmo ano, começou a lecionar a disciplina de Marinharia da Escola Náutica Infante D. Henrique até 1992.
Em 1987 efetuou as provas de mar deste navio e fez a sua entrega à Marinha de Guerra Portuguesa. A 30 de junho de 1987 aposentou-se de uma longa e meritória carreira de oficial da marinha mercante. As ligações do Capitão Marques da Silva à cultura marítima e ao património náutico tornaram-se, a partir de então, mais regulares e persistentes.
Em 1999, lançou o livro "Memória dos Bacalhoeiros - Uma contribuição para a sua História". No ano seguinte, foi proposto para integrar a Comissão Técnica-Consultiva da Fragata D. Fernando e Glória. Modelista exímio, o Capitão Marques da Silva tem dedicado os últimos anos à pesquisa e fabrico de modelos de embarcações tradicionais.
O seu rigor de investigação e elevado sentido didático têm incentivado o autor a publicar valiosos estudos de cultura náutica e modelismo naval, em especial no âmbito das Edições Culturais da Marinha, tendo, entre 2003 e 2005, editado os livros "A Força do Vento", "O Pequeno Herói" e “Quem vai para o Mar” e as Monografias “Canoa de Convés do Algarve” e “O Barco Moliceiro”. Em outubro de 2001, foi eleito membro correspondente da Academia de Marinha e condecorado com a Medalha de Cruz Naval de Primeira Classe pela Marinha de Guerra Portuguesa, em maio de 2006.
Mais recentemente, em 2008, através dos Amigos do Museu Marítimo de Ílhavo, o Cap. Marques da Silva entregou à guarda e segurança do Museu Marítimo a sua coleção particular de motivos náuticos.
Novembro 2009